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sábado, 23 de janeiro de 2010

É em Desacordo que a gente se entende - O Leitor Pinhalense - nº 005


Autor do livro Desacordo Ortográfico escreve um texto exclusivo para O Leitor Pinhalense
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Por: Reginaldo Pujol Filho

 Capa do livro organizado por Pujol Filho: reunião de
textos de escritores em "desacordo"

Desacordo ortográfico pode ser definido de variadas formas. Pode-se, sinteticamente, dizer que este livro é um elogio à diferença. Ou uma provocação ao Acordo Ortográfico. Ou a certeza de que a boa literatura não entra em acordo com as regras. Ou ainda que o Desacordo ortográfico é Altair Martins, Cardoso, Gonçalo M. Tavares, João Pedro Mésseder, Luandino Vieira, Luis Fernando Verissimo, Luís Filipe Cristóvão, Manoel de Barros, Marcelino Freire, Maria Valéria Rezende, Nelson Saúte, Olinda Beja, Ondjaki, Patrícia Portela, Patrícia Reis, Pepetela, Reginaldo Pujol Filho, Rita Taborda Duarte, Rogério Manjate e Xico Sá.     
Desacordo orográfico é a antologia organizada por Reginaldo Pujol Filho e editada pela Não Editora que busca, através da seleção nada convencional de autores e de textos, estimular a reflexão sobre a incompatibilidade de normatizações e acordos com a literatura. Regras vão muito bem para documentos, mas a literatura vive em outro campo, paralelo ao texto convencional. Um campo onde as experimentações temáticas e formais, mais do que bem-vindas, são necessárias pra inspirar livros, escritores e leitores.
Os vinte autores que compõem o volume, com poesias, contos e textos inclassificáveis, formam um painel de possibilidades para a língua portuguesa e também de perspectivas. São escritores de cinco países, Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, que o mostram o muito que dá para se fazer com o idioma e acabam por fazer acreditar que muito mais é permitido.
E não pense que as diferenças se dão apenas através dos regionalismos típicos de cada país ou estado brasileiro representado no livro. Pelo contrário, a seleção procurou ir muito além de folclorismos e peculiaridades regionalistas. Pode-se dizer que no Desacordo ortográfico não existe o português típico de um país, região ou cidade. Mas que está lá presente o português típico das ignorãnças de Manoel de Barros, o português nativo das invenções de Luandino Vieira, o português nascido na muscialidade de Rogério Manjate, o português específico da feminilidade de Patrícia Reis ou o português originário do bom humor e da criatividade de Luis Fernando Veríssimo.
A expectativa é que os leitores surpreendam-se com a diferença – e também qualidade – a cada novo texto. Estão lá histórias e poesias para todos os gostos. Exatamente como tem sido o lançamento do Desacordo ortográfico. Antes mesmo de estar impresso, ele já acontecia (e continua acontecendo) no blogue www.desacordo-ortografico.blogspot.com. Um espaço onde é possível encontrar uma série de vídeos em que os autores da antologia lêem textos de outros autores do Desacordo. Depois disso, na sexta-feira, 13 de novembro, ocorreu o lançamento oficial em Porto Alegre. Em uma festa onde o organizador Reginaldo Pujol Filho e os autores Altair Martins, Cardoso e Ondjaki se divertiram com os leitores, além de autografar o livro. E, no sábado 21, o Desacordo já chegava a São Paulo, como parte da programação da Balada Literária. Foi a vez de Marcelino Freire e Xico se juntarem a Reginaldo Pujol Filho para fazerem muitos brindes à diferença no Bar Mercearia de São Pedro.
E o Desacordo não pára por aí. Porque ele não se resume ao livro. Já acontecia antes dele na obra desses vinte autores e de tantos outros. E continuará a acontecer sempre que um autor desafiar a língua, discordar do sentido de uma palavra ou tentar inventar outros jeitos de dizer e contar uma história.
O livro pode ser encontrado em diversas livrarias de todo o Brasil, como Cultura, Livraria da Vila, Saraiva, entre outras.

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