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domingo, 17 de janeiro de 2010

Tantas questões

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Por: Luís Antônio de Filippi Chaim

Toda manhã, chuva ou sol, muito antes dos olhos abrir, um arrepio de ponta a ponta, perpassa seu corpo todo. Com um choque diferente, quase elétrico, seu cérebro se liga e as questões voltam borbulhando incessantes. Eram os deuses astronautas? Porque há pedras no caminho? No meio do caminho eram pedras? Porque o céu é azul? Essa ele sabia, tinha lido em algum lugar, mas, se esquecera, como sempre. Porque as manhãs eram curtas e as tardes tão longas?
Então, os seus olhos se abrem; o despertar, um ritual; o espreguiçar é moroso e levantar é um tédio. Onde estão os chinelos? Que pijama é esse? Deus meu, que fiz eu? Em passos lentos caminha até o banheiro. Necessidades à parte, tudo o mais é necessário; o banho, a higiene dental, a mental, o café e o pão...
Porque as rosas se chamam rosas e não valérias?
Entre mordidas bem dadas, as questões salpicavam. E se o café não fosse preto, que cor escolheria? Verde? Verde mato? Verde escuro? Amarelo? Café amarelo, quente e com jeito de estragado. Não, o café deve continuar preto. E se fosse vermelho? Tinto como o vinho e servido em taças? O relógio chama, clama por atitude.
Gavetas abertas, meias de lado. O que vestir? Jeans? Dúvidas e cores. O relógio chama, gavetas fechadas, meias vestidas e um par de tênis em movimento...
De um lado ao outro, como ir? Ônibus, carro, bicicleta ou andando? Caminhando e pensando e seguindo a questão: “Se somos todos iguais, braços dados ou não”, porque isso, porque aquilo e aquilo outro?
No trabalho, tenha dó! As férias ainda demoram? Desço a serra? Vejo as nuvens? Porque a neve é branca? Porque Minas não tem mar? “Que país é esse?” Que dia é hoje? Para que tanto imposto? Porque os árbitros erram tanto? Como se pode perder dois pênaltis num jogo só? O campeão vai ser o mesmo de sempre? Porque que a vida é assim?
Numa “happy hour” nem tão “happy”, chope claro ou escuro? Bolinhos de bacalhau ou aipim? Dúvidas e sabores. Sena é nome de um rio? Em Paris? Cena é coisa de teatro e se o Senna não morresse? Quem foi o melhor? Quem será o próximo? E o meu próximo, quem será? E o futuro?
De volta para casa, pensando, divagando, se arrastando, de cansaço? E amanhã, será que chove?
Faça-se o luar esplendoroso, chova canivetes ou tempestades imateriais, toda noite, muito antes dos olhos fechar, um assombro lhe passa na alma, mais um dia, um natal, um carnaval, um ano, um suspiro, tudo passa...

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